São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
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Após quatro meses e meio, Chile consegue levar Contreras à prisão

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O general da reserva chileno Manuel Contreras deixou ontem o hospital naval de Talcahuano (sul) para ser levado à prisão de Punta Peuco, 40 km ao norte de Santiago, a capital.
Ele foi condenado no dia 30 de maio a sete anos de prisão pela morte do líder socialista chileno Orlando Letelier nos EUA em 1976. Contreras se recusava a ser preso e pedia para cumprir a pena em sua casa.
Logo depois da condenação, ele fugiu para uma fazenda. Depois, com a ajuda do Exército, internou-se no hospital e resistiu à prisão, alegando motivos de saúde.
O comandante da Segunda Zona Naval do Chile, Jorge Balaresque, entregou um comunicado oficial à agência de notícias "France Presse" confirmando a saída de Contreras do hospital. Ele disse que o general pediu para ser levado.
Informações não-confirmadas diziam que o general saiu de helicóptero de um aeroporto próximo ao hospital.
A chegada do helicóptero em Santiago estava prevista para as 21h de ontem (22h em Brasília).
Estava também previsto para a noite de ontem um pronunciamento do Ministério da Justiça do país sobre o assunto.
A Corte Suprema do Chile determinou, no dia 10 de outubro, que Contreras fosse levado à prisão no máximo até o dia 23.
Um grupo de 25 soldados chegou pela manhã a Punta Peuco, em uma indicação de que a prisão de Contreras estava próxima.
Horas antes, María Teresa Valdebenito, sua mulher, disse que ele tinha aceitado a prisão "porque não havia outro jeito".
A Corte Suprema negou ontem o terceiro recurso impetrado pela defesa para impedir a transferência de Contreras do hospital.
Advogados de Contreras apresentaram nova petição reclamando da segurança de Punta Peuco. A prisão é a mais segura do país.
O brigadeiro Pedro Espinoza, assessor do general e também condenado pela morte de Letelier, está em Punta Peuco desde 20 de junho -ele é o único preso lá.

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