São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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Grupo combate os sem-terra

DA REPORTAGEM LOCAL

Organizada em 430 cidades em todo o país, a direção da TFP informa que está empenhada em ajudar os fazendeiros contra os militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A defesa dos proprietários do campo é uma das principais preocupações dos dirigentes da sociedade, que pregam em suas caravanas pelo interior do país o combate aos "invasores". Em entrevista por escrito -única forma possível de obter informações da entidade-, o diretor de imprensa Paulo Corrêa de Brito Filho, deu a opinião da TFP sobre o assunto.
Nos debates iniciais sobre a sucessão no comando da sociedade católica, Brito Filho era um dos nomes mais cotados para substituir Plínio Corrêa de Oliveira.
Para o diretor, os fazendeiros que têm as suas propriedades invadidas obtêm "seguidamente" ganho de causa na Justiça.
A direção da TFP avalia como um "fracasso" todos os projetos de assentamentos que apontam para a reforma agrária no Brasil. Brito Filho classifica o trabalhador beneficiado com lotes de terra no campo como um "favelado rural".
Os membros da TFP, que possui cerca de 20 mil militantes no Brasil, são treinados para atingir o grau mais alto possível do conservadorismo católico.
Para isso, a sociedade mantém atividades internas e secretas, como as comissões de estudos e de formação de jovens.
Tudo funciona sob orientação dos livros e artigos deixados pelo "professor", como é chamado, Plínio Corrêa de Oliveira.
A preocupação básica de todas as atividades da TFP poderia ser resumida no seguinte tema, citado pelo diretor Brito Filho: "a preservação da civilização cristã em nossa pátria".
Dentro desse espírito, ainda são citados nos cursos os alertas de Plínio Corrêa sobre o comunismo -sempre uma ameaça constante.
Em tempos de globalização da política e economia, a TFP prefere abrir sempre o olho dos seus seguidores e dizer que o comunismo ainda não foi "varrido da face da terra".

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