São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995 |
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Líder umbandista teme confronto com "derramamento de sangue"
ELVIRA LOBATO
Lopes, que também é presidente da Assembléia Geral Permanente das Federações de Umbanda de São Paulo, diz que há cerca de 20 mil terreiros na Grande São Paulo e que os dirigentes não têm como impedir atos de violência. Segundo ele, a Igreja Universal tem por prática "debochar" das entidades -orixás e guias- veneradas nos cultos africanos, ao retratá-las como satanás. "O conflito religioso já existe", diz. Ele diz que o programa "Despertar da Fé", da TV Record, é, na verdade, o "despertar do racismo", porque rotineiramente apresenta supostos pais-de-santo possuídos pelo demônio. Lopes conta que a "Folha Universal" (jornal da Igreja Universal), que circulou na última semana de setembro, convocou as crianças a "quebrar a maldição" de 27 de outubro, dia de Cosme e Damião. Para a umbanda, Cosme e Damião representam os erês (divindades crianças), e seu dia é comemorado com a distribuição de doces nas ruas. Segundo Lopes, quando o bispo Von Helder chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida, foi a democracia que ele atingiu: "A liberdade religiosa é assegurada na Constituição e eles tornaram público que não aceitam o convívio democrático de religiões". (EL) Texto Anterior: Agressão à padroeira gera reação em favelas Próximo Texto: Frequentar igrejas de diferentes religiões é comum entre favelados Índice |
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