| São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995 |
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Rabino apóia católicos e aposta em tolerância
DA REPORTAGEM LOCAL Entre os líderes religiosos, a solidariedade mais enfática à Igreja Católica, no episódio da agressão da imagem de Nossa Senhora Aparecida pelo bispo Von Helder, da Igreja Universal, partiu do rabino Henry Sobel."Os judeus já sofreram na pele a intolerância e não podem aceitar gestos impulsivos e estúpidos como o do pastor da Igreja Universal", diz Sobel. Para o rabino, Von Helder "queria se promover ao desrespeitar a Igreja Católica". Mesmo assim, Sobel não acredita que o episódio deflagre uma "guerra santa" no país. A tradição de tolerância religiosa no Brasil, acha o rabino, é suficiente para encerrar o caso. "Além disso, o próprio líder da Igreja Universal pediu desculpas aos católicos", argumenta. Conhecido pela convivência amistosa com a cúpula da Igreja Católica (principalmente com o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns), o rabino credita o crescimento da Igreja Universal às "crises" do país. "Nessa época, as massas ficam famintas e as igrejas agressivas, que pregam fórmulas mágicas, têm maior receptividade", analisa. Sobel acha que a promessa de "respostas imediatas" de algumas religiões é preocupante. Em seu entender, quando a capacidade de reflexão das pessoas é transferida pera líderes religiosos há um risco a ser ponderado. "Existe espaço para todas as religiões, desde que elas sejam moral e intelectualmente integras", diz Sobel. Norte-americano radicado há 25 anos no Brasil, o rabino afirma que aposta com tranquilidade no fracasso de qualquer tentativa de enfrentamento ou confronto religioso no país. "Em poucos lugares do mundo se encontra tanta reverência pela diversidade como no Brasil", diz o rabino. Texto Anterior: Universal modera atuação, mas mantém agressividade Próximo Texto: Pesquisa mostra troca de culto em periferias Índice |
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