São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995 |
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Pesquisa mostra troca de culto em periferias
FERNANDO MOLICA
O Ceris é ligado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Segundo Medeiros, a pesquisa mostrou também que são comuns casos de convivência, em uma mesma família, de adeptos de diferentes religiões. "Há um jovem de 15 anos que pertence à Renovação Carismática Católica. Sua mãe é da Igreja Universal do Reino de Deus e seu pai, ateu", contou. Segundo ela, há entre os pesquisados divergências quanto à validade e ao conteúdo de cada religião. Estes problemas, porém, não afetam o relacionamento entre os integrantes da comunidade. A coordenadora da pesquisa disse que os motivos que levam à troca de religião são variados, podem estar relacionados, por exemplo, com a influência de uma pessoa amiga e até com a necessidade de resolução de algum problema. O índice é bem maior do que o verificado em outras igrejas evangélicas, nas quais a conversão por motivo de problemas imediatos estaria na faixa dos 40%. Medeiros afirmou também que os pesquisadores encontraram casos em que fiéis de uma igreja admitiam frequentar cultos de outra. Outra mulher, apesar de evangélica, mantinha uma imagem de Nossa Senhora em sua casa. Os evangélicos não admitem o culto a Nossa Senhora nem a veneração de imagens. Segundo Medeiros, a boa convivência e o trânsito de fiéis são favorecidos por uma espécie de denominador comum entre os diferentes grupos: a ênfase na figura de Jesus Cristo. Outra característica, de acordo com ela, é a relação entre experiência religiosa e questões práticas, ligadas ao cotidiano. A religiosidade destes grupos cristãos está mais relacionada a questões terrenas, não à salvação e à vida após a morte. A pesquisa foi de tipo qualitativa e envolveu cem entrevistas. (FM) Texto Anterior: Rabino apóia católicos e aposta em tolerância Próximo Texto: Novas igrejas trocam a ética pela mágica Índice |
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