São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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'Mortal Kombat' derrota Mostra

LÚCIA MARTINS; PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A expectativa de público da 19ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que começou quinta-feira, é tímida se comparada aos números de "Mortal Kombat".
Cerca de 200 mil pessoas deverão assistir aos filmes do evento, que traz 183 longas e 53 curtas-metragens de 38 países e vai até o dia 3 de novembro.
Isso corresponde a 31% das 650 mil pessoas que "Mortal Kombat" levou às salas de exibição da cidade de São Paulo nas duas últimas semanas.
O cardápio da Mostra incluiu documentários, filmes premiados nos principais festivais europeus, uma sessão especial de asiáticos e outra de iranianos. Alguns inclusive não têm legenda em português.
Já "Mortal Kombat" é a superprodução norte-americana que levou para as telas um dos maiores sucessos em jogos de videogame.
"Mortal Kombat" também ganha disparado do maior sucesso do Espaço Banco Nacional de Cinema (região central) em 95.
O filme "Carlota Joaquina", de Carla Camurati, ficou sete meses em cartaz e foi assistido por cerca de 100 mil pessoas.
Comparado com outros filmes considerados alternativos em cartaz, a diferença é ainda maior.
"Ladrão de Sonhos" (uma fábula sobre um homem que não consegue sonhar) conseguiu, nas últimas quatro semanas, um público de 23.815 espectadores no Brasil inteiro -pouco mais de 2% do 1,1 milhão de pessoas que já viram "Mortal Kombat" no país.

Perfil
Mesmo sendo uma parte pequena do total de pessoas que vai ao cinema no país, a faixa etária de quem frequenta a Mostra é parecida com a do espectador comum.
Em 94, a maioria dos frequentadores era composta por jovens que tinham entre 21 e 34 anos (59%) e com nível superior (85%).
Pesquisa Datafolha, feita em agosto passado, mostra que 22% dos paulistanos frequentam cinemas pelo menos uma vez por mês.
Desses 22%, a maioria (50%) tem entre 16 e 25 anos, com uma pequena vantagem para a porcentagem de mulheres (60%).
Os espectadores que lotam as cinco salas do Espaço Banco Nacional (a ocupação média das salas é de 90%) também se enquadram nessa faixa etária.
A grande diferença é que, ao contrário de eleger "Ghost" (drama romântico) como seu filme inesquecível, preferem assistir à produção nacional e européia.
Cerca de 41% dos filmes que o Espaço exibiu este ano são nacionais, seguidos por 28% de filmes europeus.
A produção norte-americana exibida é de apenas 19%, seguida por 10% de filmes asiáticos e outros 3% para os africanos.
(Lúcia Martins e Patricia Decia)

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