São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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Para metalúrgico, radicalismo acabou

Houve evolução, diz Venilton Vieira

DA FOLHA ABCD

Segundo o metalúrgico Venilton Carlos Vieira, 37, os sindicatos deixaram de ser radicais porque souberam evoluir.
"Como os patrões eram radicais, os sindicatos também tinham de ser. Antes, ninguém negociava. A briga do sindicato aparecia mais porque existia a polícia, as proibições de greve e a ditadura", diz Vieira.
Vieira é metalúrgico desde 76 e já passou pela Volks e GM. Ele está na Ford desde 83.
"Se não fosse o surgimento do sindicato e sua mudança de posição, eu já estaria na rua", diz.
Vieira afirma que já levou mordida de cachorro durante uma greve no início dos anos 80.
Para ele, os sindicatos estão atravessando um bom momento e estão fortes em todo o país.
O metalúrgico Antônio Luis Lino, 42, diz que "hoje não tem mais sentido o quebra-quebra, assim como o patrão não chama a polícia para bater no operário".
Ele participou de uma das primeiras greves no ABCD, ocorrida na Scania, em 78. "Só me preocupo se o sindicato se acomodar demais", declara.
Já José Torrico, 63, é metalúrgico desde 1967. Ele começou a trabalhar na Volkswagen e hoje é funcionário da Ford.
Segundo Torrico, na época em que trabalhou sem a existência dos sindicatos "éramos explorados e tudo era muito escondido. Teve de existir o radicalismo no início para mostrar o que realmente acontecia."

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