São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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Estoque de CDB já supera poupança

DA "AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

Fracassaram todas as tentativas do Banco Central de alongar o prazo das aplicações financeiras. Apesar da estabilidade monetária, os investidores insistem em permanecer no curto prazo.
A captação dos fundos de investimento em setembro se concentrou no commodities e no renda fixa de curto prazo, que cresceram 26,27% e 6,91%, respectivamente, enquanto os demais perderam recursos. Isso porque as cotas destes dois fundos mantiveram a liquidez diária (o commodities após 30 dias) na virada para outubro.
Seus substitutos, os FIFs, também denunciam a preferência dos investidores pelo curto prazo. Na maioria dos bancos, 80% das aplicações foram destinadas ao FIF de curto prazo, 10% para o de 60 dias e 5% para o de 30 dias.
Os CDBs pós de 120 dias, corrigidos pela TBF, foram completamente ignorados pelos investidores. O estoque de CDB/TBF soma R$ 52,3 milhões e representa apenas 0,10% do total de CDB pré emitido pelos bancos (R$ 52,3 bilhões), registrados pela Cetip.
Criado para substituir a poupança de prazo mais longo, o Depósito de Reaplicação Automática (DRA), de 90 dias, também não emplacou. Seu saldo está em R$ 303,9 milhões, ou 0,56% do estoque de CDB pré.
Os grandes investidores também preferem os prazos menores. Sejam as opções de curto prazo (menos de 30 dias), boa parte lastreada em CDB, oferecidas pelos bancos como o "overgold", "overdraft", assunção de dívida e CDB com cláusula de recompra, ou o próprio CDB de 30 dias.
O estoque de CDB saltou 13,27%, para R$ 52,3 bilhões, do começo de setembro até agora, e já ultrapassou a caderneta, que, ao contrário, só perde recursos.

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