São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995 |
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Testemunho não garante punição a suborno
HUMBERTO SACCOMANDI
O escândalo em questão é a gravação de conversas telefônicas do ex-juiz de futebol Wilson Roberto Catani, nas quais ele revela um esquema de suborno de juízes para a fabricação de resultados em partidas de futebol do Paulista-95. Essa não é a primeira denúncia de corrupção feita no Brasil. Todos os demais casos acabaram em "pizza", como se costuma dizer. Segundo o delegado Romeu Tuma Júnior, ex-diretor do Corinthians, nem sempre a falta de resultado nas apurações é culpa da polícia ou da Justiça. "Na maior parte do episódios, não há prova material. É muito difícil alguém ser condenado num caso de corrupção só com base em testemunhos", disse. Além disso, Tuma afirma que os clubes temem o poder de vingança das federações e da CBF e evitam criar confusão com eles. Num dos casos recentes sem resultado, em outubro de 1993, o juiz José Aparecido de Oliveira afirmou ter recebido uma proposta de suborno de um clube paulista. "Não adianta insistir que isso nunca será tornado público", disse o juiz sobre o clube em questão. Eduardo José Farah, então presidente da FPF, insinuou que se tratava do Palmeiras. Mais tarde, uma carta do juiz citava um dirigente do São Paulo. A Federação Paulista de Futebol no início não tomou providência. Depois, foi registrada denúncia no 5º DP. Nada foi apurado, porém. Em 94, o jogador Marcelinho, do Corinthians, afirmou ter recebido proposta de dirigente do Flamengo para facilitar uma partida. Pressionado e sem provas, o jogador recuou na denúncia. Em 93, Pelé, atual ministro dos Esportes, afirmou à revista "Playboy" que havia corrupção na Confederação Brasileira de Futebol. Houve escândalo, ameaças de processos, mas nada foi provado. No caso da "fita do suborno", o Santo André e o Catanduva teriam sido prejudicados. Os dois clubes protestaram, mas ainda não anunciaram medidas concretas. Texto Anterior: Time se prepara contra velocidade Próximo Texto: TUDO SOBRE O CASO Índice |
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