São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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imagética imaterial

JOÃO PEDROSA

É lugar comum atualmente se pensar a fotografia tendo a sua publicação como um fim específico. Sendo assim, só "existem", as imagens presentes nas revistas e jornais, as publicadas.
A artista plástica Rosângela Rennó destrói essa lógica para transformar a fotografia em arte, criticando não só esse processo, mas o papel da própria imagem (fotográfica) nele.
Sua exposição atual mostra uma instalação (Hipocampo) e três peças. A instalação, que ocupa toda uma sala, é iluminada de forma intermitente a cada cinco minutos. A intenção é inpregnar de luz textos pintados na parede em tinta fluorescente.
Os textos são descrições de fotos famosas do fotojornalismo, que somem quando a luz é acesa, pois são pintados da mesma cor das paredes, verde claro.
Esse trabalho, tornando a imagem da imagem, o texto, em mais uma impressão fugaz, propõe a crítica do papel das imagens que inundam a vida moderna, da relação da memória seletiva com elas e do papel que elas desempenham no inconsciente coletivo.
Rosângela Rennó é uma artista cuja imagem vale, hoje, um milhão de palavras.
J.P.

Rosângela Rennó Individual. Galeria Camargo Vilaça: r. Fradique Coutinho, 1.500, Vila Madalena, zona oeste. Tel. 210-7390. Segunda a sexta: 10h/20h. Sábado: 10h/14h. Até 2 de novembro.

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