São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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Regina Casé inventa fórmula genial

ZECA CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

É tentador não dizer que Regina Casé inventou uma fórmula. Ela e toda a equipe de "Brasil Legal" devem detestar admitir isso.
A boa notícia é que a fórmula é genial.
Aparentemente é muito simples: sair pela rua encontrando preciosidades -das raras (como o Walter alfaiate) e das mais comuns (como o professor de cursinho Pachecão). Aí, é só puxar conversa com eles, dar uma editadinha e ver no que dá.
Claro que chegar lá é bem menos simples do que isso. Seis meses após a estréia de um programa revolucionário (senão na linguagem, na intenção de colocar gente que não é famosa no vídeo), o que poderia ser uma camisa de força para Casé torna-se uma fonte renovável.
"Brasil Legal" quase passa a sensação de que está andando em círculos. Os críticos mais rigorosos poderiam facilmente atacar o programa de repetitivo.
A sorte é que o país que Casé explora é rico em matéria-prima -e ela ainda tem a sorte de encontrar personagens como o já citado alfaiate que, sem modéstia, escreve em seu cartão de visitas: "o magnata supremo da elegância moderna".
É bobagem falar em química, mas é difícil encontrar explicação para o elemento que faz com que Casé faça a ponte perfeita de Walter para Paulinho da Viola -que, no programa, o acompanhou em "Tristeza".
Paulinho vira coadjuvante (imagine!) e, num truque interessante, os coadjuvantes não se tornam estrelas.
Quem pára na rua para falar com ela não tem nem frescura de falar com a apresentadora, nem afetação de estar na TV.
Esse esquete é a chave de "Brasil Legal": é o tom que deve vingar na segunda temporada do programa (ainda incerta), em 96.

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