São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995
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Maioria dos presos do país é branca e jovem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em sua maioria os presos no Brasil são homens brancos e jovens, nascidos nos Estados do Sudeste ou Sul, são pobres e não tiveram dinheiro para contratar um advogado -foram defendidos por advogados pagos pelo Estado (veja os números no quadro ao lado).
A situação é revelada pelo Censo Penitenciário de 95. Do censo de 94 para cá o perfil do presidiário brasileiro permanece praticamente o mesmo.
Os dados do censo de 95 são parciais. As informações sobre a população de presos em cinco Estados (entre eles o Rio de Janeiro) ainda não foram contabilizadas.
O Brasil tem 140 mil presos, dos quais 134 mil são homens. Os negros e mulatos são a menor parte da população carcerária (43%). Os demais são brancos, e uma minoria de presos, de outras raças -como índios aculturados.
Desses 140 mil, 25 mil estão cumprindo pena irregularmente em delegacias e 22 mil estão presos esperando uma decisão da Justiça.
A pesquisa, realizada pelos Estados e coordenada pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (do Ministério da Justiça), mostra ainda que 35% dos presos são reincidentes (já cumpriram uma pena antes).
52% deles -mais da metade- têm menos de 30 anos e não tinham completado o primeiro grau quando foram presos. O censo de 94 revelou que 53% dos presos tinham menos de 30 anos, o que indica um pequeno envelhecimento da população carcerária.
Condenações por causa de crimes patrimoniais são as maiores responsáveis pelas prisões. Entre os detentos, 51% foram presos por roubo ou furto.

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