São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995
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Peritos gravam vozes de acusados de chacina

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Quatro peritos do Departamento de Medicina Legal da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) começaram ontem a gravar no Rio as vozes de policiais acusados de participar, em julho de 1993, da chacina de 21 moradores da favela de Vigário Geral (zona norte do Rio de Janeiro).
O objetivo das gravações é comparar as vozes dos acusados com as vozes gravadas em cinco fitas cassete apresentadas ao 2º Tribunal de Júri do Rio pelo coronel Emir Laranjeira, da PM (Polícia Militar).
As fitas trazem supostos diálogos entre o coronel e os policiais, que estão presos.
No Rio até amanhã, os peritos planejavam ouvir 13 policias presos (12 militares e um civil), além do próprio coronel Emir Laranjeira.
Cinco policiais se recusaram a ter suas vozes gravadas: José Fernandes Neto, Arlindo Maginário, Sirlei Alves Teixeira, João Ricardo Nascimento e Pedro Flávio.
O perito Ricardo de Figueiredo disse que a análise comparativa das vozes não tem prazo para ficar pronta.
Segundo ele, a análise é feita a partir da comparação do timbre, sotaque, entonação e ritmo das vozes gravadas.
O promotor José Pineiro disse que aqueles policiais que se recusaram a falar podem até ter agravado sua situação perante a Justiça.
"Quem não aceitou gravar, de alguma forma se incriminou", disse o promotor.

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