São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995 |
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Para Rabello, ingresso de dólar exige controle
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O economista Paulo Rabello de Castro, da Fundação Getúlio Vargas, defendeu ontem que o governo exerça um controle maior da entrada de dólares no país, em depoimento da Comissão Especial do Sistema Financeiro da Câmara.A preocupação é com os efeitos desse ingresso de capital externo sobre a dívida em títulos do governo -os dólares, ao entrarem no país, são trocados por reais; esses reais são recolhidos da economia por meio da venda de títulos. Para evitar um crescimento excessivo da dívida em títulos, o país precisaria adotar regras para controlar esse ingresso, concordou a deputada e economista Maria da Conceição Tavares (PT-RJ). Castro avaliou que a entrada de capital externo está alta e isso acontece porque os juros internos estão muito elevados. Uma das propostas apresentadas por Rabello à comissão foi a substituição do CMN (Conselho Monetário Nacional) por uma Comissão Mista Normativa -órgão do Congresso Nacional ao qual o Banco Central passaria a ser subordinado. O BC cuidaria basicamente da moeda e do câmbio. Toda a parte de fiscalização seria transferia para uma Superintendência de Instituições Financeiras, subordinada ao Ministério da Fazenda. Os diretores do BC passariam a ter mandatos fixos. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e a Susep (Superintendência de Seguros Privados) teriam suas funções ampliadas. Simonsen O economista Mário Henrique Simonsen, ex-ministro no governo Geisel, defendeu ontem uma lei que dê ao BC poderes para prevenir crises no mercado financeiro. Isso poderia ser feito obrigando os bancos a divulgar sua verdadeira situação patrimonial e até mudar administradores e o acionista controlador da instituição. O governo prepara projeto de lei com proposta semelhante. A sugestão de Simonsen foi apresentada por escrito aos deputados da Comissão Especial do Sistema Financeiro da Câmara. Convidado a prestar depoimento ontem, Simonsen não compareceu por problemas de saúde. Texto Anterior: Medidas são contraditórias Próximo Texto: Prazos poderão ser alongados Índice |
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