São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995
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Senador apura ligações de ministros com firmas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo não vai se opor ao pedido de informações que o Senado poderá fazer ao chefe da Casa Civil da Presidência, Clóvis Carvalho, sobre os integrantes da equipe de Fernando Henrique que tenham vínculos profissionais com a iniciativa privada.
O líder do governo no Senado, Élcio Álvares (PFL-ES), disse que o presidente tem dito que não aceita irregularidade no exercício de qualquer cargo público e que o Senado tem direito a pedir os dados.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou na semana passada requerimento do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) propondo o pedido de informações ao chefe da Casa Civil. Agora caberá à Mesa Diretora aprovar ou não o requerimento.
Dutra diz que pretende "identificar a extensão dos casos de dirigentes públicos que provieram da iniciativa privada, questionar os vínculos que esses mantêm com as suas funções de origem, para apresentar proposições legislativas sobre esta matéria". Ele pergunta qual é a situação profissional desses membros do governo.

A lista solicita dados sobre os vínculos dos ministros Bresser Pereira (Administração) com o grupo Pão de Açúcar; Dorothea Werneck (Indústria e Comércio) com a empresa de consultoria Trevisan e Associados; Nelson Jobim (Justiça) com o escritório de advocacia Jobim, Ferrão e Morais; Sérgio Motta (Comunicações) com a empresa de engenharia Hidro-Brasileira; Clóvis Carvalho (Casa Civil) com a Indústria Villares; José Eduardo de Andrade Vieira (Agricultura) com o Banco Bamerindus e a empresa de comunicação CNT.
Dutra pede informações sobre a relação do ex-secretário de Acompanhamento Econômico José Milton Dallari com a empresa de consultoria Decisão; do presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, com a empresa de consultoria MCM Consultores; e do vice-presidente da ECT, Egídio Bianchi, com a empresa de informática Valbeck.
Solicita dados sobre a relação do secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros, com a MB Consultoria; do secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Andrea Calabi, com a empresa Consemp Consultoria; e do diretor do Banco Central Francisco Lopes com a empresa de consultoria Macrométrica.

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