São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995
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Voto contrário foi resposta à falta de cargos

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Erramos: 26/10/95
A importância da caneta que nomeia e demite (do presidente Fernando Henrique Cardoso) pôde ser sentida na votação da CCJ. Dos 23 deputados que votaram contra o governo, apenas 2 não têm cargos na administração federal.
Entre os partidos governistas que tiveram dissidências, ficou claro que os deputados que indicaram nomes para cargos de segundo e terceiro escalões estão mais comprometidos com o governo.
A maioria das indicações ainda não foi atendida. Mas o secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge, mantém num computador a relação dos pedidos e dos padrinhos. Ele ligou para deputados pedindo votos.
No PMDB, a relação entre cargos e votos ficou evidente. De 5 deputados que votaram com o governo, 3 fizeram indicações para cargos federais. Dos votos pró-Planalto, apenas João Natal (GO) fez indicação. Ele tem uma diretoria da Telegoiás.
O partido situacionista que teve mais dissidências foi o PPB. Foi o que menos fez nomeações. Dos 8 votos, 6 foram contra o governo -nenhum dos 8 fez indicações.
O único que tinha feito uma indicação, o deputado Talvane Albuquerque (AL), votaria contra o governo. Ele indicou o superintendente do INSS em Alagoas. Ameaçado de ser substituído, não compareceu à votação.
O bloco PL-PSD foi uma exceção. Roland Lavigne (PL-BA) e De Velasco (PSD-SP) não fizeram indicações para cargos federais, mas votaram com o governo.
Francisco Rodrigues (PSD-RR), que era titular, disse que votaria contra o governo. Foi substituído pelo líder do PL, Valdemar Costa Neto (SP). O líder disse que tinha assumido um compromisso com FHC.

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