São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995
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Leia a íntegra de FHC no rádio

Leia a íntegra do pronunciamento de FHC em seu programa de rádio:

Hoje, nós vamos conversar sobre o telefone. Temos muitas novidades no setor de telecomunicações, mas eu vou me limitar ao telefone público.
Para começar, eu quero dizer que é lamentável que o telefone público nunca tenha recebido os cuidados e os investimentos necessários. Afinal, a maioria do povo brasileiro usa mesmo é o telefone público, porque só uma minoria tem R$ 1.000 para comprar uma linha telefônica.
Foi por isso que o governo propôs ao Congresso a mudança da política de telecomunicações. Graças ao apoio e ao voto dos parlamentares, não somos mais o país do monopólio das comunicações, ou seja, o governo não vai mais cuidar sozinho das comunicações. Agora, as empresas privadas podem participar e investir no setor.
Assim, o governo vai poder concentrar mais recursos na telefonia pública. Em novembro, vamos lançar o programa de expansão das telecomunicações e dos Correios. Vamos investir nesse programa R$ 39 bilhões até 1999, para colocar o Brasil entre os países mais desenvolvidos no setor de telecomunicações e de correio. Daremos prioridade aos serviços de uso público.
O Ministério das Comunicações e a Telebrás estão desenvolvendo algumas experiências. Por exemplo: Estados como o Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia já conhecem um modelo de telefone, que os especialistas chamam de telefone virtual. Se você é carpinteiro, encanador, costureira ou faz serviço de frete e não tem condições de comprar um telefone, pode alugar um telefone virtual.
O telefone virtual funciona como uma caixa postal para receber recados. Você dispõe de um número de telefone exclusivo que distribui para os seus clientes. Quem quiser se comunicar com você, liga para o seu número e deixa o recado. Aí, você liga para o seu número e recolhe os recados. O aluguel do telefone virtual custa em torno de R$ 10. E, a partir do ano que vem, ele estará disponível em todas as capitais brasileiras.
Outro serviço que vai beneficiar a população é o telecentro. Trata-se de uma central de atendimento, que tem cabines de telefone, computadores, xerox para fazer cópias, fax para enviar mensagens impressas e, de quebra, ainda tem balcão, para você resolver problemas de contas de luz, de água e banco, para fazer os pagamentos.
O telecentro está sendo experimentado em seis cidades. Um deles, na área rural, em Vila Nova, município de Toledo, no Paraná. O interessante desse serviço é que leva equipamentos modernos até pequenas comunidades.
Finalmente, eu quero falar do velho e conhecido de todos nós: o telefone público. Hoje, temos 370 mil orelhões espalhados pelo país. Ainda é muito pouco, se considerarmos que é o único telefone que a população de baixa renda tem. Com novos investimentos, o Brasil terá 800 mil orelhões até 1999.
Na média, cada orelhão é trocado quatro vezes por ano, porque alguns usuários têm sido pouco cuidadosos com os aparelhos. Felizmente, com a substituição da ficha telefônica pelo cartão, as depredações diminuíram. Hoje, o número de telefones públicos com cartão ainda é pequeno -são 50 mil. Mas, até dezembro do ano que vem, serão 270 mil orelhões funcionando com cartão. Vamos gastar menos para recuperar orelhões e teremos, então, mais dinheiro para instalar novos telefones públicos.
Você viu que os nossos programas são ousados. Ousados, mas realistas. A nossa maior conquista foi a emenda constitucional que acabou com o monopólio das telecomunicações. Agora, teremos mais empresas, mais dinheiro e mais inteligência trabalhando na telefonia. E todos os brasileiros verão, em breve, os bons resultados dessa mudança.

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