São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995
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Restauração usa bisturi cirúrgico

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Mais do que uma pintura nova, a restauração do saguão nobre da Biblioteca Nacional incluiu lances cirúrgicos para "descascar" camadas de tinta e revelar a pintura original.
O método da estratigrafia -a raspagem de pequenas partes da tinta, para descobrir as cores originais do prédio- acabou revelando uma decoração praticamente intacta: uma pintura em tons alaranjados, imitando o mármore.
Um bisturi médico foi usado para raspar todas as colunas e enfeites. O trabalho demorou um ano. A pintura marmorizada teve que ser apenas retocada em alguns pontos.
"Essa descoberta foi o mais interessante de tudo. O que está aqui não é uma pintura relembrando 1910, é a pintura feita em 1910", afirmou Eduardo Jaeger, gerente da obra.
As cores salmão e branco, usadas em todos os quatro andares do saguão, foram substituídas por tons suaves em alaranjado, esverdeado, palha e bege.
Restauradores devem concluir até a semana que vem a recuperação de dois painéis em óleo de Visconti, datados do início do século, que fazem parte do acervo.

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