São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995 |
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Companhia do Harlem se apresenta em SP
ANA FRANCISCA PONZIO
Onde: Teatro Municipal de São Paulo (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 223-3022) Quando: amanhã e quinta, às 21h Ingressos: R$ 40, R$ 20 e R$ 10. Nos anos 50, era impossível imaginar um negro em uma companhia clássica de balé, em que príncipes e fadas só podiam ser interpretados por bailarinos brancos. Arthur Mitchell, que traz hoje o Dance Theatre of Harlem para o 5º Festival Internacional de Artes Cênicas, quebrou esse tabu em 1956, quando foi admitido no New York City Ballet. Estimulado por George Balanchine e Lincoln Kirstein, fundadores do New York City Ballet, Mitchell logo se tornou um dos solistas mais populares do grupo. "Há quatro pessoas que foram fundamentais em minha formação: Balanchine, Kirstein, Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela", diz Mitchell, 61. "Influenciado por Martin Luther King, resolvi tirar as crianças pobres das ruas. Queria envolvê-las com a disciplina que a prática das artes exige. Voltei para minha comunidade e reuni no Harlem 30 crianças e dois bailarinos. Em dois meses já contava com 400 crianças, em quatro meses, com 800. Ensinei-lhes a ter orgulho de si mesmas e fundei o Dance Theatre of Harlem em 1968". No repertório do Dance Theatre, introduziu versões crioulas de balés tradicionais, como "Giselle" e "O Lago dos Cisnes". A bailarina Virginia Johnson, estrela internacional, integra o programa escolhido para as apresentações de hoje e amanhã. Serão dançadas as peças "Signs and Wonders", de Alonzo King, "Dialogues", de Glen Tetley, e "Dougla", de Geoffrey Hoder. No elenco atual do Dance Theatre há duas brasileiras, Simone Cardoso e Bethania Gomes. "Hoje recebemos gente de todo o mundo", diz Mitchell, que dirige no Harlem uma instituição pedagógica com mais de 1.300 alunos. Mitchell tem uma breve passagem pelo Brasil. Antes de criar o Dance Theatre of Harlem, foi convidado para fundar no Rio de Janeiro o Ballet Nacional do Brasil. Texto Anterior: Adolescentes sofrem de idiotia profunda Índice |
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