São Paulo, domingo, 29 de outubro de 1995
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Operário acompanha evolução e passa a controlar qualidade

Administrador lidera grupo em linha de montagem da Volks

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando começou a trabalhar na Volkswagen, dez anos atrás, o operário Antonio Merenda estava no primeiro ano de uma faculdade de administração de empresas e operava uma máquina simples -chamada "curvadeira", porque fazia as partes curvas da armação de bancos.
Merenda vinha de um escritório e se assustou com "aquele monte de máquinas soltando faísca". Pensou: "Vou me queimar aqui". Mas o serviço era simples. "Bastava ver a máquina funcionando um vez e você já sabia operar. Aí era só repetir".
Hoje, formado em administração pelo Instituto Metodista de Ensino Superior, Merenda continua na linha de produção como controlador estatístico. Faz o controle de qualidade das peças produzidas -no momento, na linha de montagem da Kombi.
Antes, ele fazia todo dia o mesmo serviço. Hoje, as "funções são diferentes, você nunca está parado, você vai na produção, na gerência".
Merenda alterna desde a função de medir peças da carroçaria até avaliar e replanejar o trabalho de seu grupo.
E a fábrica mudou muito nestes dez anos? Num passeio pela linha de montagem, Merenda vai mostrando as diferenças.
"Tem menos gente", e aponta a linha de montagem do Santana, robotizada.
"Antes, a gente levava nas costas", e mostra uma carroçaria suspensa por guindastes.
Aos 43 anos, casado, dois filhos, ele continua se preparando. Toda terça e quinta frequenta cursos de computação.

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