São Paulo, domingo, 29 de outubro de 1995
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Câmara começou a derrubar estabilidade

FHC obteve vitória apertada na reforma administrativa

RUI NOGUEIRA
COORDENADOR DE PRODUÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Recheados de cargos, distribuídos no primeiro semestre, os parlamentares governistas mantiveram na semana passada a tradição de resistir e espernear para valorizar o voto, mas jamais deixar de aprovar aquilo que o Executivo lhes impõe como necessário.
Depois de vários dias de negociação, os deputados deram o primeiro passo para que os funcionários públicos percam o direito à estabilidade e a União, governos estaduais e prefeitos possam demitir servidores.
A estabilidade começou a cair na terça-feira passada, na Câmara, sete anos e 20 dias depois de ser incluída na Constituição e ter sido considerada uma das maiores conquistas dos funcionários públicos.
O fim da estabilidade, aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) por uma margem apertada de votos pró-governo -27 a 23, eram necessários 26 votos no mínimo-, aconteceu no dia em que FHC regressou a Brasília, com ar triunfal, depois da viagem bem-sucedida para participar da Assembléia-Geral e das comemorações dos 50 anos da ONU (Organização das Nações Unidas).
Só em São Paulo, pelo menos 4.000 servidores, inclusive o próprio governador Mário Covas, ganham acima desse limite. A votação das emendas continua depois de amanhã na CCJ.
Uma outra "reforma", na organização e costumes do mundo industrial, pode virar exemplo a ser adotado entre as grandes empresas. A Ford de São Bernardo (SP) fechou um acordo com os seus funcionários que reduz a jornada de trabalho de 44 para 42 horas sem reduzir os salários.

Mensalidades
Sob acusação das entidades dos estudantes e das associações dos pais de alunos de ter cedido aos interesses das escolas, o governo anunciou a nova regra de cobrança das mensalidades.
Medida provisória autorizou as escolas a aumentar as mensalidades em relação ao que foi pago neste ano. O valor fixado na matrícula não poderá, no entanto, sofrer alterações até o final de 96.

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