São Paulo, domingo, 29 de outubro de 1995
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Clínico diagnostica doença sem exames

Paciente sofre de febre do mediterrâneo

ALESSANDRA BLANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma forte dor no peito aos 34 anos fez o jornalista Ronny Hein, 40, procurar especialistas do hospital Albert Einstein.
O diagnóstico foi fácil. Hein estava sofrendo de pleuropericardite, uma inflamação na pleura (membrana que envolve os pulmões) e no pericárdio (saco que reveste o coração).
Isso causava o aparecimento de água entre a pleura e o pulmão e a dor no peito. O que os médicos não descobriram era o que provocava o problema.
Hein ficou internado uma semana no Albert Einstein drenando água dos pulmões.
Passou por um cardiologista, um reumatologista e um pneumologista. Fez de radiografias a eletrocardiogramas e biópsia.
Tomou anestesia geral para fazer um exame no intestino e após uma semana voltou para casa, sem conhecer sua doença.
"Fui cobaia. Os médicos recorreram aos exames para especular sobre minha doença."
Hein saiu do Einstein para o Sírio Libanês, onde ficou internado para exames, sem resultados. Procurou um clínico geral.
"Ele não quis ver exames, perguntou minha origem e deu o diagnóstico: febre do mediterrâneo." Trata-se de uma doença crônica que aparece em pessoas da região do Mediterrâneo, em árabes e em judeus. Hein é de origem judia.
Não há exames que comprovem a doença. "Ele me disse para tomar um remédio. Se a dor passasse, o diagnóstico estava correto e foi o que ocorreu. Tomo o remédio todos os dias."

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