São Paulo, domingo, 29 de outubro de 1995
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Pela modernização das regras do futebol

TELÊ SANTANA

Lamentável a decisão da Confederação Sul-Americana com relação ao jogo entre Cruzeiro e São Paulo pela Supercopa.
Manter o resultado de 1 a 0 para o São Paulo, após o Cruzeiro ter impedido o prosseguimento do jogo, é beneficiar o infrator. Esperava uma punição severa.
Afinal, além do São Paulo, as 20 mil pessoas que estiveram no Mineirão foram desrespeitadas.
Quem erra, tem que pagar por isso de alguma forma. E não é isso o que aconteceu com o Cruzeiro. O regulamento não prevê esse tipo de coisa e tem que ser revisto.
Muitas vezes eu acho que o São Paulo é prejudicado por adotar uma postura correta.
Os juízes e os dirigentes parecem sofrer a pressão apenas do adversário.
Lamentável também a demissão de Carlos Alberto Silva. Não se trata de um treinador inexperiente e incapacitado. Pelo contrário.
O Palmeiras lutou muito para tirá-lo do Cruzeiro e, depois, mesmo com um bom time e com boas chances de classificação, resolveu dispensá-lo.
Imagine o que aconteceria então se o clube estivesse na atual fase do São Paulo, na última colocação do Campeonato Brasileiro...
Eles não se preocuparam em preservar a imagem do treinador. Não têm respeito.
É por coisas desse tipo que os técnicos fazem questão de colocar multas rescisórias altíssimas em seus contratos.
Eu não faço multas rescisórias porque quero que os diretores tenham liberdade para me mandar embora quando acharem necessário.
A boa notícia da semana é a possibilidade de se adotar a regra da falta coletiva no Campeonato Paulista.
A partir da 13ª falta sofrida no campo de ataque, a equipe cobraria a infração na meia-lua da área adversária.
Trata-se de uma antiga sugestão minha, que só não foi adotada antes por ciúmes.
Entendo que o futebol deva evoluir, se modernizar. Isso é possível com a adaptação de algumas regras do basquete.
Acho que o limite de faltas por jogador também seria uma boa sugestão. Se o jogador fizer mais que um número determinado de faltas no jogo, será eliminado.
O tempo de jogo também precisa ser revisto. Precisamos de, no mínimo, 30 minutos de bola corrida por tempo.
Muitas das regras adotadas no Campeonato de Aspirantes poderiam ser oficializados.
Temos que punir o antijogo.

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