São Paulo, domingo, 29 de outubro de 1995
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Histórias dos "Power Rangers" são todas iguais

PAULA MEDEIROS DE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

"Power Rangers" é um desses fenômenos que, inexplicavelmente, arrebatam as crianças.
O seriado, apresentado todas as manhãs na "TV ColOsso", na Globo, mescla artes marciais, mensagens de otimismo e humor. Criada originalmente no Japão, a série é uma produção norte-americana que mistura originais japoneses.
Nos Estados Unidos, "Power Rangers" estreou em setembro de 93 e, desde então, é sucesso absoluto. Para o mercado anunciante, é o programa mais caro da TV. Já rendeu cerca de 180 subprodutos, entre gibis, revistas, games, bonecos e outras quinquilharias.
No Brasil, a série conquistou os pequenos e quase não tem repercussão entre os teens. Na versão norte-americana, os heróis são estudantes do colegial, que mantêm em segredo a identidade de valentes defensores da justiça.
O segredo do sucesso entre os menores talvez esteja nas histórias. Elas são todas iguais. Quem viu um episódio, viu todos.
Crianças querem isso, mesmo. Não gostam muito de se arriscar em aventuras em que não conhecem o fim. Saber que a história se repete é uma forma de assegurar domínio sobre a narrativa. Assim, elaboram suas emoções.
Os filmes fazem sucesso também entre as meninas. Nos Estados Unidos, Kimberly, a Ranger Rosa, é a personagem mais popular da série. Bate até mesmo Tommy, o Ranger Branco, líder do grupo e namorado da moça.
Os Rangers não trabalham sozinhos. No "esconderijo" do grupo estão o robozinho Alpha 5 e Zordan, o mentor da turma. Zordan é um extraterrestre que vive dentro de um cilindro de vidro e tem o rosto distorcido, como se morasse dentro de um aquário com ondas.
Os heróis, para enfrentar os inimigos, evocam a força de bichos pré-históricos. Eles aparecem na forma de robôs-gigantes, que se transformam, dependendo da necessidade. Essa "morfologia de seres" institucionalizou entre as crianças o verbo "morfar".

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