São Paulo, domingo, 29 de outubro de 1995
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O último capítulo de "A Próxima Vítima"

DALMO MAGNO DEFENSOR
ESPECIAL PARA A FOLHA

Não se fala de outra coisa "na revista, na piscina, na janela, no carro ao lado", como diz a música de Nando Reis. Todos querem saber quem é o assassino de "A Próxima Vítima", mas somente no último capítulo o detetive Olavo apontará o culpado.
Perguntado insistentemente sobre o desfecho da novela, o autor Silvio de Abreu se mantém irredutível como um gaulês: não conta nada. Ignorando, porém, o verbo "desistir", decidimos recorrer a um paranormal, assinante de telepatia a cabo.
A nosso pedido, ele entrou em transe e captou imagens que garante serem da sinopse do último capítulo, reproduzida a seguir. Pedimos desculpas por palavras tremidas, desfocadas ou fora de enquadramento, lembrando que foram escritas por um psicógrafo amador.

Último capítulo
Reunidos na sala de Filomena, os personagens da novela formam um círculo em torno de Olavo.
Cena 1: Olavo diz ter "a alma lavada e enxaguada na alegria, por participar deste reservoso final novelístico". Nina pergunta porque ele "me tá falando igual ao Odorico Paraguaçu". Ríspido, Olavo responde que é um personagem cheio de referências, e isso é uma "citação". Exige não ser interrompido.
Irritado, Vitinho diz que Olavo é arrogante "que nem aqueles neoliberais de Brasília". Zé Bolacha dá um safanão em Vitinho. Irene dá um safanão em Zé Bolacha. Enciumado, Diego exige que ela também lhe dê um safanão. Irene dá um soco em Diego. Todos aplaudem.
Entra o plantão do "Jornal Nacional". Cid Moreira lê editorial dizendo que Vitinho falou como um menino, e pede desculpas ao governo.
Cena 2: Olavo diz que qualquer um dos presentes poderia ser o assassino, mas seria "déjà vu" ele revelar à última hora um fato desconhecido de todos, que incriminasse Fulano ou Beltrano.
Irene diz a Jefferson que sempre suspeitou dos dois. Isabela diz a Filomena que isso prova sua inocência. Carmela pergunta a Isabela se ela transou com Fulano e Beltrano. Isabela ruboriza.
Cena 3: Olavo conta que resolveu usar um método inédito para apontar o criminoso. Isabela diz a Filomena que é uma armação para incriminá-la. Carmela pergunta a Isabela se ela transou usando um método inédito. Isabela ruboriza. Eliseu diz a Olavo que irá reclamar na corregedoria.
Solange diz: "muito bem, bizuzinho!". Eliseu ruboriza. Filomena fica pálida. O olho de Diego fica roxo. Zé Bolacha declama para Irene versos de "Aquarela", de Toquinho.
Cena 4: Olavo anuncia que o culpado será escolhido por sorteio. Todos protestam. Entram o ator César Filho, moças de short, trazendo um globo com bolinhas, e um auditor. Carmela olha para Isabela. Isabela ruboriza.
A imagem é congelada. Raul Cortez informa que os telespectadores irão decidir qual nome será sorteado e lê 83 números de telefone, um para cada personagem. Cortez pisca maliciosamente para a câmara, e diz: "eu mandaria o mais chato para a cadeia -e você?"
Cena 5: Em sua cela, Diego toca "Um Elefante Incomoda Muita Gente" na gaita-de-boca. Já chegou a 534 elefantes, e os outros presos imploram que pare. O carcereiro abre a cela. Diego tira o tapa-ouvidos.
O carcereiro diz que sua advogada veio visitá-lo. Levado à sala, Diego vê Irene atrás da tela de metal. Ela tem no colo um menino de dois anos, filho de seu casamento com Zé Bolacha. O menino é Francisco Cuoco, em participação especial. Fim.

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