São Paulo, domingo, 29 de outubro de 1995
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Especialistas elogiam trama e apontam suspeitos

MARIANA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mauro Alencar, especialista em telenovelas e consultor da Rede Globo, e Ismael Fernandes, jornalista e autor de "Memória da Telenovela Brasileira", concordam: a trama de "A Próxima Vítima", de Silvio de Abreu foi muito bem armada, perfeita.
"Não havia sido feita uma novela com esse teor policial que abrange toda a trama", avalia Fernandes.
Para Alencar, "essa brincadeira mexe com o nosso lado infantil".
E relembra: "quem iniciou na TV esse jogo de quem matou quem, presente nos romances policiais, foi Janete Clair em 'Véu de Noiva'" (exibida na Rede Globo, de novembro de 1969 a junho de 1970).
Mobilização como essa, em que as pessoas conversam sobre o capítulo do dia anterior, discutem teorias e realmente param para seguir a novela, foi vista em "O Astro", de Janete Clair, (quem matou Salomão Hayala?), de 1978.
"Era uma comoção nacional galopante junto com a Copa do Mundo de 78", avalia Alencar.
"Vale Tudo", de Gilberto Braga, em 1988, também parou o país com a pergunta: quem matou Odete Roitman?
Alencar se diz "fanático" por "A Próxima Vítima". "Até peço para as pessoas me ligarem só depois do final dos capítulos. Ela conseguiu capturar aquele público disperso, que às vezes assiste um capítulo ou outro. Noto isso na figura do meu pai.
Apesar de seu fanatismo, Alencar não faz teorias sobre o possível assassino. Mas dá dois palpites: Francesca Ferreto e Zé Bolacha.
Já Fernandes, arrisca algumas teorias. Segundo ele, na literatura policial mesmo uma pessoa que morre pode ser o assassino. Dependendo do tipo de morte, nem sempre o corpo pode ser reconhecido.
Por isso, ele inclui na sua lista Francesca e Ulisses, que "ninguém sabe exatamente quem é e pode não ter morrido na explosão".
Diego está na sua lista. "Ele tem muito envolvimento com os frigoríficos. Outro dia ele abraçou Irene e disse, se referindo ao Zé Bolacha, que ela sempre teve o assassino por perto. Para mim, essa frase não está solta."
Fernandes também aponta Juca. "Ele tem uma relação muito estranha com seu irmão Marcelo, que era um menino pobre, que foi adotado, se deu bem na vida e roubou o grande amor de Juca."
Os dois especialistas concordam que Abreu soube mesclar todos os elementos do folhetim, o drama, a comédia e o suspense.

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