São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995 |
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Acervo traz textos de Pagu feitos na cadeia, em 1938 Escritora foi presa, acusada de militância comunista DA SUCURSAL DO RIO A garimpagem do material para a exposição permitiu a descoberta de poesias e pequenos textos supostamente inéditos de Patrícia Galvão, a Pagu (1910-1962), escritora ligada ao movimento modernista e militante comunista.Presa em São Paulo, acusada de ligações com o levante comunista de 1935, Pagu foi trazida para o Rio, onde foi condenada pelo Tribunal de Segurança Nacional. Ela esteve presa por um total de cinco anos. Casada com o também escritor Oswald de Andrade, Pagu, aos 22 anos, lançou "Parque Industrial - Romance Proletário". A vida de Pagu foi tema do filme "Eternamente Pagu", dirigido por Norma Benguell e lançado em 1987. Trechos do que escreveu na cadeia acabaram recolhidos por seu carcereiro. Outro -apenas uma frase- dava a entender que Pagu pode ter enganado a polícia ao demonstrar uma suposta colaboração. Em um dos poemas, que mistura política com lirismo, ela faz referência ao "chefe Romano" -Antonio Emílio Romano, chefe da seção de segurança política da polícia do Distrito Federal. A seguir, versos de Pagu escritos na casa de Detenção, no Rio, em 9 de abril de 1938. "I Conheço uma rua Que tem uma esquina Que nem mesmo a lua II O investigador (o chefe Romano) Ali nunca se vê Era ali que eu queria Encontrar com você" "É melhor morrer de pé do que viver de joelhos Morre-se mas não se capitula diante da Traição" "Laisser Faire Não confundir estratagema com colaboração" Texto Anterior: Polícia política colhia propaganda Próximo Texto: Sequestrado no Rio dono do Café Canaã Índice |
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