São Paulo, domingo, 5 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crente vira 'militante de sua fé'

DA REPORTAGEM LOCAL

Todo o crente pode ser militante de sua fé. Esse é o princípio que norteia a atuação dos evangélicos e permite a multiplicação de pequenas igrejas em todo o país.
O fenômeno ocorre principalmente entre as igrejas pentecostais -aquelas que valorizam os dons do Espírito Santo, como a cura divina e a fala em línguas estranhas.
A doutrina evangélica possui uma série de elementos que favorecem a criação de novas igrejas. Ao contrário da Igreja Católica, não é exigida, em princípio, qualquer formação para o exercício da função de pastor.
A consagração de um pastor também não pressupõe formalidades. O sociólogo Jorge Luiz Domingues, pesquisador do Iser (Instituto de Estudos da Religião), diz que pode ocorrer até a autoconsagração no cargo.
"É possível alguém se tornar pastor depois de ter uma revelação, que pode ser uma visão ou um sonho, por exemplo, afirma.
O sociólogo Ricardo Mariano, que se dedica ao estudo dos pentecostais, observa que o surgimento de novas igrejas é absolutamente legítimo entre os evangélicos.
"Se houvesse ruptura na Igreja Católica, seria o fim do mundo. Para os pentecostais, esse é um processo frequente no Brasil desde a década de 50. Na opinião de Mariano, a idéia do sacerdócio universal é fundamental para a expansão do movimento pentecostal.
A facilidade na criação de igrejas permite uma segmentação que não existe no mundo católico. É possível haver um templo evangélico de um único bairro, ou voltado para um público específico.
Os cismas também são o caminho mais comum para o surgimento de novas igrejas. Na sua origem, estão disputa de poder e divergências doutrinárias.

Texto Anterior: Pastora luta contra pastores
Próximo Texto: Universal sofreu três cismas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.