São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995
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Mendonça anuncia investimento de R$ 7 bi

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai desembolsar em 96 pelo menos R$ 7 bilhões para financiar investimentos. Este ano foram desembolsados até agora R$ 5,3 bilhões.
O número para 96 foi anunciado ontem pelo novo presidente do banco, Luiz Carlos Mendonça de Barros. Ele afirmou que a idéia é aplicar em 96 cerca de 40% mais que em 95, o que representará empréstimos superiores a R$ 7 bi.
Mendonça de Barros disse que 96 marcará uma virada do BNDES, que até agora vinha emprestando recursos "abaixo das suas possibilidades".
Isso estaria ocorrendo, segundo Mendonça de Barros, por carência de bons projetos interessados em receber financiamento.
A partir de agora, segundo ele, a tendência é de reversão, especialmente pela entrada do setor privado nos investimentos de infra-estrutura, como a construção de usinas hidrelétricas.
Luiz Carlos Mendonça de Barros, 52, assumiu ontem a presidência do BNDES em substituição a Edmar Bacha. A sua posse contou com as presenças de seis ministros, incluindo José Serra, do Planejamento, e Pedro Malan, da Fazenda.
Mendonça de Barros traçou cinco linhas prioritárias para sua gestão, começando pelo financiamento à modernização e internacionalização da economia do país.
Os outros pontos são coordenar os investimentos privados em infra-estrutura, o programa de privatização, criar um modelo de financiamento para pequenas e médias empresas, e investimentos sociais, via financiamentos a projetos de infra-estrutura pública.
Para que esse último ponto se concretize, segundo ele, é necessário que os Estados e municípios façam "uma ampla reforma administrativa" para recompor suas capacidades de pagar os créditos que serão ofertados.
O novo presidente disse que concorda "em gênero, número e grau" com o que vem sendo feito no BNDES e que se os atuais diretores do banco concordarem, não deverá haver mudanças de nomes na diretoria do banco.
Mendonça de Barros defendeu a criação de um fundo com ações de empresas privatizáveis como forma de antecipação de recursos, mas disse que, como só havia pensado nisso quando estava fora do governo, ainda não desenvolveu um detalhamento do fundo.
O ministro José Serra disse que a idéia, surgida durante os debates sobre a velocidade do programa de privatização, continuará sendo desenvolvida pelo governo.
Inflação descendente
O ministro José Serra disse que a inflação de 1996 deverá ser menor que a deste ano, embora não tenha arriscado um palpite.
"Certamente será bem mais próxima de um dígito que a deste ano", disse Serra.
Segundo ele, a tendência da inflação não pode ser observada por seu comportamento em apenas um mês. Para ele, mesmo que haja um crescimento agora em novembro, a tendência ao longo do tempo continua sendo de baixa.

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