São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995 |
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NELSON DE SÁ
Foi assim com o Jornal Nacional, o Aqui Agora, todos recorrendo não só às imagens, mas às análises, até às expressões da CNN. O que restava, que era a repercussão no Brasil, também ecoou a CNN. Na Manchete, duas famílias de São Paulo, uma judia, outra de origem palestina, surgiram acompanhando o enterro pela CNN. Claro, não é só o Brasil. No enterro, a presença dos chefes de Estado e os discursos foram todos voltados para a CNN, para o público do mundo, que viu acontecer a história pela CNN. O rei Hussein falou em inglês, também o presidente Hosni Mubarak, o secretário-geral Boutros Boutros-Ghali, além do presidente Bill Clinton. É a língua do mundo, a língua da CNN. Zumbi Vicentinho e Benedita da Silva iniciaram a Jornada Zumbi pela Vida. Um reflexo da marcha de um milhão de negros em Washington, a jornada quer chegar a Brasília depois de parar em Aparecida, onde está a imagem negra de Nossa Senhora. Mas não é a mesma coisa. Segundo a Bandeirantes, "em cada cidade por onde passar haverá atos contra o racismo e de apoio ao movimento sem-terra". Não é bem racial a marcha. Pelas imagens de televisão, havia mais brancos barbados, à forma de Lula, do que negros. "Cerca de 50 líderes sindicais e do movimento sem-terra", segundo a Rede Brasil. O movimento negro e a memória de Zumbi bem que mereciam uma marcha apenas sua, e não apenas petista. Reeleição-já Segundo a Globo, "o presidente disse que não está preocupado com a reeleição". Segundo a Globo, "o presidente negou qualquer articulação para aprovar a emenda que prevê a reeleição". Não está preocupado, não tem articulação, mas Sérgio Motta e Luís Eduardo Magalhães não tratavam de outra coisa, ontem. Segundo a Manchete, a ação ganhou até título. É o movimento reeleição-já. Uma revolução, para quem um dia foi pelas diretas-já. Texto Anterior: Congresso receberá em dezembro projeto que abre telecomunicações Próximo Texto: Fiesp acha que o banco vai ajudar a indústria Índice |
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