São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995 |
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Von Helder lança livro sobre o 'chute' Pastor admite ter faltado ética FERNANDO MOLICA
Ele diz ter chegado a essas conclusões pelo fato de o episódio "estar sendo transmitido por um canal de TV, que é concessão do Estado" e por ter utilizado "um símbolo religioso oficial da Igreja Católica". O episódio ocorreu no último dia 12, durante programas transmitidos pela rede Record, de propriedade da Igreja Universal. No livro, Von Helder nega que tenha chutado a imagem. Afirma que apenas tocou com os pés para mostrar que a mesma era de gesso. A preocupação em procurar negar os chutes gerou uma mudança no título do livro, que iria chamar-se "Por que 'Chutei' Aparecida". O novo título é "Por que Toquei na Aparecida". O livro, de 48 páginas, custará R$ 5,50 e será publicado pela Editora Gráfica Universal, que pertence à Igreja Universal. O texto é uma espécie de defesa prévia de Von Helder. Ele foi indiciado em inquérito policial que o acusa de aviltar objeto de culto. O bispo classifica sua atitude de "impensada" e diz que o ato "foi desastroso nas suas consequências". Na primeira parte do livro, Von Helder procura descaracterizar o episódio como "chute", "agressão" ou "xingamento". Afirma também que ao classificar a imagem de "feia" não estava levando em conta sua cor "marrom ou escurecida" (ele chegou a ser acusado de racista pelo comentário). Von Helder acusa a Rede Globo de tentar, com o episódio, "provocar uma verdadeira comoção nacional". Diz também que a emissora busca cassar a concessão da TV Record. Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho, vice-presidentes da Globo, não foram encontrados ontem pela Folha, que telefonou às 18h45 para seus gabinetes. Na última parte do livro, Von Helder critica a veneração dos santos e o culto a imagens. Texto Anterior: Ex-comunistas se aliam aos evangélicos Próximo Texto: Covas ataca afirmações de ministro da Agricultura Índice |
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