São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995
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Pecuaristas se juntam para criar nova UDR

DA FOLHA NORTE

Erramos: 17/11/95
O Sindicato Nacional dos Pecuaristas de Gado de Corte quer reunir criadores para tentar melhorar a imagem dos pecuaristas junto à sociedade. Não há qualquer vinculação do movimento com os objetivos políticos da extinta UDR, diferentemente do que informou reportagem publicada à pág. 1-10 ( Brasil) de 7/11. Sylvio Lazzarini Neto é vice-presidente da entidade, e não presidente.
O Sindicato Nacional dos Pecuaristas de Gado de Corte deu largada, em Araçatuba (531 km a noroeste de São Paulo), à tentativa de criar uma nova UDR (União Democrática Ruralista).
Os pecuaristas disseram ontem, após reunião do sindicato, que pretendem reunir 100 mil criadores de todo o país para constituir uma força política capaz de se opor ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)
O presidente do sindicato, Sylvio Lazzarini Neto, 45, disse que a iniciativa também tem o objetivo de mudar a imagem dos pecuaristas junto à sociedade para se contrapor à simpatia que o MST despertaria junto à população.
O sindicato quer reunir os criadores para se tornar uma força semelhante à extinta UDR, que, em 1988, defendeu o setor na Constituinte e atuou como poderoso "lobby" contra a reforma agrária.
A UDR também nasceu em Araçatuba. Segundo o sindicato, a maior parte das terras ocupadas pelo MST é apta para a pecuária.
"Hoje estamos absolutamente desorganizados. Temos de reverter isso", afirmou Lazzarini.
O presidente do Sindicato Rural de Araçatuba, Rezek Nametalla Rezek, 58, também diz que o setor está sem representatividade.
"Temos de nos proteger contra as invasões", disse Rezek, que não acredita em ações do MST na região. "As terras estão ocupadas por laranja e cana. O MST prefere áreas só de pecuária", disse.
O sindicato dos pecuaristas quer recolher, a partir do próximo ano, cerca de R$ 15 milhões em contribuições dos criadores para investir em marketing.
A reunião também teve o objetivo de tratar de questões próprias do setor, como medidas para aumentar o consumo de carne.
Lazzarini disse que o sindicato -com cerca de 9.600 associados- vai lançar, em seis meses, uma campanha nacional para incentivar o consumo do produto.

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