São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995 |
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Motta inicia hoje maratona no Congresso
GABRIELA WOLTHERS
Motta afirmou, no entanto, que "o problema da reeleição, por expressa autorização do presidente da República, não deve ter envolvimento algum do Executivo". Segundo ele, a iniciativa deve ser do Congresso. A emenda que permite a reeleição, de autoria do deputado Mendonça Filho (PFL-PE), já foi aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. Apesar de tanto cuidado, defendeu publicamente a emenda que permite a reeleição de FHC em 1998. Disse que é "o momento correto" para discutir o projeto. "Deixar a discussão muito para frente pode criar um casuísmo", completou o ministro. "Eu, como cidadão, acho adequado ter reeleição. Todos os países modernos têm." Cabe agora ao presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), instalar a comissão especial que analisará o projeto. Motta se reuniu ontem com o deputado, que assumiu interinamente a Presidência da República, em razão da viagem de Fernando Henrique para a Argentina e de seu vice, Marco Maciel, para Israel. "Luís Eduardo vai conduzir isso (emenda da reeleição) tranquilamente. Ele vai tomar as providências para instalar a comissão." O presidente da Câmara já afirmou que a decisão sobre a votação "é do palácio", referência ao Planalto. A intenção é ver a mudança na Constituição discutida no período de convocação extraordinária do Congresso, no fim do ano. A estratégia é aprovar a emenda até fevereiro de 1996. A pressa se deve a dois motivos. O governo prevê que a emenda, se votada agora, contará com o apoio de prefeitos influentes, como o de São Paulo, Paulo Maluf (PPB). As eleições para prefeitos acontecem já no ano que vem. O outro motivo é tentar evitar a oposição de candidatos à sucessão de FHC. Ontem, Motta negou que pretenda se candidatar a prefeito de São Paulo. "Isso não está sendo cogitado", afirmou. Em seguida, voltou a se lembrar da reeleição: "Caso seja aprovada, o quadro político será outro". Para Motta, não há risco de a emenda da reeleição paralisar a tramitação dos outros projetos de interesse do governo, como as reformas administrativa, previdenciária e tributária. "Isso não existe. Se o Congresso decidir votar a emenda, isso só acontecerá no fim do processo de votação das reformas", disse. A volta Motta chegou ao Palácio do Planalto para a reunião com Luís Eduardo às 10h30. O encontro durou cerca de uma hora. Chegou ao ministério por volta das 12h30. O ministro aproveitou a ida ao Planalto para visitar o secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge, e o ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho. Foi recebido na porta do ministério por seus principais assessores. Despachou em seu gabinete enquanto almoçava e embarcou para o Rio, por volta das 14h30, para assistir à posse de Luiz Carlos Mendonça de Barros na presidência do BNDES. LEIA Mais sobre a posse no BNDES à página 1-6 Texto Anterior: PSDB prepara 'arrastão' para reeleger o presidente Próximo Texto: Bresser quer apressar debate sobre tema Índice |
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