São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995
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Bresser quer apressar debate sobre tema

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Administração, Luiz Carlos Bresser Pereira, também decidiu lançar publicamente a campanha pela reeleição de Fernando Henrique. Aproveitou para defender que a discussão seja feita "o mais depressa possível".
"Defendo, não apenas porque estabilizou a economia, mas porque está conseguindo fazer reformas extremamente importantes e tem um projeto de governo que conta com o apoio da maioria da sociedade brasileira", afirmou.
"Não podemos perder essa oportunidade e interromper no meio uma tarefa tão importante", disse. "Nesses quatro anos haverá mudanças extraordinárias, mas é evidente que oito anos seria um horizonte muito mais adequado para que as reformas se realizem".
Bresser fez essas declarações, em São Paulo, antes de participar de encontro com empresários do Pensamento Nacional das Bases Empresariais para expor seu projeto de reforma administrativa.
Sobre a reeleição de FHC, o ministro ressalvou que fala apenas em seu próprio nome e como membro do PSDB. "Não recebi carta branca do presidente nem sou articulador da campanha".
Para ele, há no Congresso um apoio amplo à proposta de uma emenda constitucional para permitir a reeleição presidencial.
O ministro disse que, nos demais países, ou os mandatos presidenciais são mais longos, seis ou sete anos, ou se adota o modelo americano, com reeleição.
Bresser, no entanto, acha difícil a aprovação da emenda pelo Congresso antes das eleições municipais de 1996, embora exista "tempo hábil e seja preciso". Para a eleição de presidente e governadores, o assunto deveria ser resolvido "o mais depressa possível". O ministro emendou-se, dizendo que a reeleição deve ser objeto de um "amplo debate na sociedade", antes de sua votação no Congresso.
Para ele, não existe o perigo de o candidato à reeleição usar a máquina do Estado para tentar perpetuar-se no poder.
"O problema do Brasil é que, quando a gente começa a querer avançar um pouco, já vêm nos dizer que o país está ainda no tempo dos botocudos, que é absolutamente incompatível com o sistema democrático e que haverá o uso desbragado da máquina administrativa". Em sua opinião, o perigo está superado: "Na hora em que um governante faz uma coisa dessas, aparece a imprensa, que é uma coisa maravilhosa neste país, e critica violentamente esse político e ele perde voto ".

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