São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995
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Síndica de prédio mata morador a tiros

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

A síndica Graça Maria Caldas Mafra, 43, matou a tiros no final da tarde de domingo, no Rio, o morador Fernando Inácio da Silva, 35, após discutirem por causa de duas maçanetas quebradas.
Síndica há dois anos do prédio Aumann, no Recreio dos Bandeirantes (zona sul), Graça Maria é viúva de um coronel do Exército e tem uma filha de 8 anos.
Presa na 16ª DP, na Barra da Tijuca, ela disse ter matado Silva após ser xingada, agarrada e agredida a tapas. O zelador do edifício, Francisco Galdino Melo, 33, afirmou ter chegado na garagem -onde ocorreu o crime- no fim da discussão e que não viu Silva bater em Graça Maria.
Segundo Melo, os dois estavam se xingando e, de repente, Silva ameaçou avançar sobre ela. A síndica então teria dito para ele se afastar. Foi quando Silva respondeu -ainda segundo o zelador- que só brigaria com ela "no dia que arrumasse um marido".
Melo disse que a síndica sacou então um revólver e disparou nas costas de Silva, que havia se virado para tentar fugir. Oficial reformado do Exército, Silva era casado e deixou dois filhos. Ele ultimamente, segundo o zelador, comercializava bebidas. A Folha não encontrou sua família em casa.
Muito nervosa, Graça Maria disse na 16ª DP que começou a discutir com Silva antes da chegada do zelador. Ela acusou a mulher de Silva, Nair, de ter forçado e quebrado as maçanetas da porta social do prédio e da garagem.
Teriam então começado a discutir. Segundo a síndica, Silva a agarrou e começou a dar-lhe tapas. Graça Maria disse que correu para seu apartamento. "Ele começou a chutar a minha porta. Ele disse que ia pegar o revólver dele", afirmou.
Segundo ela, Silva acabou descendo. Graça Maria disse que pegou então o revólver 38, que era do seu marido, e também desceu. A síndica disse que estava apavorada "porque sabia que Silva também tinha arma em casa". Já na garagem, Graça Maria disse ter reencontrado Silva e sua mulher.
Foi quando, segundo a síndica, Silva tentou agredi-la de novo. Graça Maria afirmou que puxou a arma e Silva correu. "Eu achei que ele ia atirar e eu disparei."

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