São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995
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Camargo quer superar brigas com trabalho

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O ator Felipe Camargo está de volta às gravações da novela "A Idade da Loba", exibida na Rede Bandeirantes, tentando compensar com trabalho a crise no relacionamento com a ex-mulher, a atriz Vera Fischer.
"Estou cansado de só ser procurado para falar de minha vida pessoal e não do meu trabalho. Estou de saco cheio", disse o ator, em entrevista à Folha.
O ator ficou afastado por uma semana das gravações da novela por causa de uma briga com Vera, há três semanas. Amigos do casal contaram que a atriz o cortou no rosto com uma tesoura e que ele foi operado pelo cirurgião plástico Ivo Pitanguy.
Os dois foram parar numa delegacia na zona sul do Rio, levados por policiais militares. Ninguém deu queixa.
Aos 35 anos de idade, 13 de carreira, Felipe se divide entre a novela e o papel do escritor Henry Miller em "A casa de prostituição de Anais Nin", em cartaz no Rio.
Vera e Felipe se conheceram há aproximadamente oito anos, durante as gravações da novela "Mandala", na Rede Globo, e protagonizaram uma rotina de desentendimentos públicos.
Em 89, ela foi atropelada durante uma briga dos dois. Em 91, Felipe chegou a um hospital do Rio com um ferimento na barriga. Os rumores foram de que Vera o teria agredido.
No final do ano passado, quando participavam da novela "Pátria Minha", na Globo, ela teve o braço engessado.
Os dois brigavam durante as gravações e se atrasavam muito. Ambos foram afastados na novela. Ele foi para a TV Plus, mas ela tem contrato com a Globo até março de 1997.
O casal está separado. Na volta às gravações de "A Idade da Loba", na semana passada, Felipe evitou comentar a separação e a vida da ex-mulher.
Depois de gravar várias cenas como o personagem Otávio, Felipe concedeu à Folha a seguinte entrevista:

Folha - A vida pessoal tumultuada influencia a vida profissional?
Felipe Camargo - Olha, eu simplesmente não respondo mais sobre isso. Estou cansado de só ser procurado para falar da minha vida pessoal. Estou de saco cheio. Se eu saio para comprar cigarro, tem gente na porta da minha casa querendo saber essas coisas. Não falo mais.
Folha - E profissionalmente, como você está?
Camargo - Estou bem. Além da novela, estou fazendo a peça onde vivo o Henry Miller. É uma experiência interessante voltar ao teatro, onde eu comecei. A peça fica em cartaz no Rio até janeiro e depois vai para várias capitais, inclusive São Paulo.
Folha - O que você está achando de ser Henry Miller?
Camargo - Não conhecia quase nada dele, reconheço que sou muito ignorante em literatura. Mas li os livros dele e agora, depois que a peça estreou, estou mais tranquilo. A peça mostra a convivência dele com Anais Nin, quando os dois vendiam contos eróticos. No começo, eles gostavam, mas depois se sentem prostituídos, uma espécie de prostituição intelectual.
Folha - Você saiu da Rede Globo. O que acha desse mercado das produtoras?
Camargo - É muito bom, porque começou como uma coisa alternativa que agora está conseguindo um bom espaço nas grandes redes de televisão. Para os atores, é ótimo ter outras opções. Aumenta o mercado.
Folha - A novela está no final. Você está com algum projeto para depois?
Camargo - Não, nada. Estou trabalhando muito, durmo tarde por causa da peça e acordo para gravar. Hoje dei uma cochilada entre as gravações. Então, quando terminar a novela, vou descansar. Talvez pintem novos projetos, também no teatro.

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