São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995 |
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Morte divide os judeus de NY
DANIELA FALCÃO
Na calçada em frente à Missão de Israel junto à ONU, centenas de pessoas passaram o domingo lamentando a morte de Rabin. O local foi transformado num santuário improvisado, com a foto de Rabin, a bandeira de Israel, velas e flores. Em nota distribuída à imprensa, a cônsul-geral de Israel em Nova York, Colette Avital, afirmou que a morte de Rabin foi uma perda irreparável porque ele era "um dos melhores filhos de Israel". Já no Brooklyn, onde vive a maioria dos judeus ortodoxos que faziam oposição ao plano de paz entre israelenses e palestinos, a morte de Rabin foi interpretada como um "mal necessário". Em junho deste ano, o rabino Abraham Hecht, um dos principais líderes da comunidade ortodoxa do Brooklyn, havia dito que Rabin estava descumprindo as leis de Deus ao entregar de volta parte do território israelense aos palestinos. Por isso, segundo Hecht, a morte de Rabin era "justificada." Ontem, ele não foi encontrado para comentar o assassinato. Nem todos os judeus que eram contra às negociações de paz com os palestinos foram coniventes com o crime. A Jewish Defense Organization, um dos órgãos nos EUA que mais combatia o processo de paz conduzido por Rabin, emitiu comunicado afirmando que a morte do primeiro-ministro foi trágica e motivo de tristeza para todos os judeus. "Um homem como Rabin era admirado até mesmo por seus oponentes. Sua morte foi um choque, não há como explicar o que aconteceu", afirmou à Folha Mordechai Levy, diretor da Jewish Organization. Para o rabino Avi Weiss, da comunidade de ortodoxos do Bronx, o fato de um judeu ter cometido um ato de violência contra outro é "lamentável e inadmissível". Texto Anterior: RAIO X DO SUSPEITO Próximo Texto: "Crime foi ato de loucura solitário" Índice |
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