São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995
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Tranquilidade marca clima do funeral

OTÁVIO DIAS
DO ENVIADO ESPECIAL

O funeral do premiê israelense, Yitzhak Rabin, transcorreu num clima sereno. A cerimônia foi solene, mas simples. Cerca de 4.500 pessoas estiveram no evento.
Foram montadas seis arquibancadas -quatro nas laterais e duas ao fundo-, que acomodaram jornalistas de diversos países e comitivas dos chefes de Estado.
No pátio central, ficaram os governantes ou seus representantes, políticos e convidados israelenses. Os principais líderes começaram a chegar por volta das 13h30, horário local (9h30 em Brasília).
O primeiro-ministro do Reino Unido, John Major, e o presidente da França, Jacques Chirac, entraram quase juntos e sentaram lado a lado, na primeira fileira.
Logo depois, chegou o chanceler alemão, Helmut Kohl. Bill Clinton, presidente dos EUA, com um solidéu negro sobre a cabeça, surgiu acompanhado da primeira-dama, Hillary Clinton, de chapéu preto. Sentaram-se na primeira fileira, ao centro.
O vice-presidente do Brasil, Marco Maciel, representante do presidente Fernando Henrique Cardoso, chegou às 13h. Acompanhado da mulher, sentou-se no extremo esquerdo da primeira fila, ao centro.
"O presidente me pediu que viesse aqui para representar o governo e o povo brasileiro. Ele se encontrou com Rabin há duas semanas, durante o aniversário da ONU, e se sentiu muito confrangido com a notícia de seu assassinato", disse Maciel à Folha.
Apesar do choque do assassinato de Rabin, o país viveu ontem um dia calmo. Não havia nos rostos perplexidade, e as ruas e casas de Jerusalém não estavam repletas de bandeiras enlutadas.
A cerimônia começou pouco antes das 14h, após a entrada da viúva, Leah Rabin, acompanhada de filhos e netos.
A guarda de honra posicionou-se e, enquanto o caixão de Rabin, envolto na bandeira azul e branca de Israel, era colocado na frente do pátio, ouviu-se o som do "kadish", a reza dos mortos.
Às 14h, sirenes soaram por todo o país durante dois minutos, com os convidados em pé, e houve silêncio absoluto em todo o país.
O rei Hussein, da Jordânia, foi o primeiro a falar. Discursou por 11 minutos, num inglês pausado. Em seguida, Bill Clinton falou por cerca de dez minutos.
O premiê interino de Israel, Shimon Peres, foi o terceiro orador. Discursou em hebraico por 11 minutos. O depoimento mais emocionante foi o de Noa Ben-Artzi Philosof, 18, neta de Rabin.
(OD)

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