São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995
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Autoridades falham na organização

OTÁVIO DIAS
DO ENVIADO ESPECIAL A JERUSALÉM

A cerimônia em homenagem a Yitzhak Rabin foi organizada pelo governo israelense como um evento de alta segurança.
Mas o esquema de proteção às dezenas de autoridades presentes apresentou falhas, principalmente na separação entre os convidados mais importantes e os membros da imprensa, que deveriam ficar recolhidos em uma área longe de onde estavam os chefes de Estado.
Autoridades e convidados menos importantes tinham lugar reservado na metade traseira do pátio central.
À frente, isolados por corda de segurança, ficariam apenas os chefes de Estado. Credenciais diferenciadas permitiam acesso restrito a uma ou outra área.
Mas o esquema organizado pelas autoridades acabou não funcionando e muitas pessoas não autorizadas conseguiram se infiltrar na área dos principais convidados.
Na prática, houve uma invasão das áreas destinadas aos líderes de primeiro escalão, o que revelou muitas brechas no sistema de segurança da cerimônia.
Cinco minutos após o início do evento, dezenas de pessoas ocupavam os corredores centrais e laterais da área destinada aos políticos.
A própria reportagem da Folha pôde desfrutar, por cerca de cinco minutos, da companhia de um bom número de chefes de Estado, embora os mais importantes ainda não tivessem chegado.
Por volta das 13h15, logo após a chegada do vice-presidente do Brasil, Marco Maciel, o repórter da Folha entrou, sem ser perturbado, na área das autoridades, pelo corredor à esquerda do palco.
Após conversar por alguns minutos com o vice-presidente, o repórter passou entre as cadeiras da primeira fila, reservadas para Bill e Hillary Clinton, John Major, Jacques Chirac, Helmut Kohl, rei Hussein, etc.
Ninguém perguntou nada. A situação só ficou mais perigosa para o repórter pouco antes da chegada dos principais líderes. Era hora de se retirar.
A proteção às autoridades internacionais ontem esteve sob responsabilidade de agentes do Serviço de Segurança Geral (GNS), considerado um dos mais eficientes do mundo. O governo israelense não revelou o número de agentes utilizados.
(OD)

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