São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995
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Pobres bancos ricos

O governo federal afinal resolveu, por meio de uma resolução do Banco Central, prolongar o que tantas vezes já se definiu (e tantos tucanos já criticaram) como sendo capitalismo sem risco.
Armando um arsenal de estímulos à fusão e incorporação de bancos que pode até custar recursos ao Tesouro Nacional, o governo usa como pretexto uma crise bancária que seria iminente, mas que, ao mesmo tempo, as autoridades do mesmo governo se esforçam por negar quase cotidianamente.
Os mais cínicos dirão que tudo não passa da lógica capitalista mais pura. Ou que sem essa ajuda a crise bancária acabaria por se espraiar por toda a economia.
Ficam entretanto algumas dúvidas importantes: se o sistema bancário está tão fragilizado, o governo poderia ter agido antes. Se, ao contrário, se trata apenas de fortalecer o sistema bancário, por que empenhar recursos públicos num processo ao qual não têm acesso os outros setores da economia?

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