São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995 |
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Correção de rumos O aumento das tarifas de energia elétrica é mais um passo na correção de rumos do Plano Real. Correção, mas não mudança. Ao lado do câmbio, os preços públicos continuam perdendo para a inflação, funcionando como âncoras que impedem a alta dos preços. O escalonamento da correção da energia elétrica seguiu aliás a diretriz de minimizar o impacto sobre os índices de preços. Ao mesmo tempo, iniciou-se a redução dos subsídios, aumentando mais a tarifa sobre as residências com consumo mais baixo. Uma medida que visa sobretudo a preparar o terreno para a privatização dessas empresas. Ao mesmo tempo, aprofunda-se o princípio de que entre as estatais, como nas empresas privadas, os preços devem guardar relação com a evolução da produtividade. Ao diminuir drasticamente o subsídio das contas menores, o governo infelizmente optou por uma abordagem regressiva, mesmo levando-se em conta que a tarifa era bastante reduzida, assim como é reduzido o universo desses consumidores (até 30 kw/h) que sofreram um reajuste de 94%. De outro lado, definir aumentos menores para as indústrias ou para consumidores mais intensivos também ajuda a conter a inflação, o que afinal favorece os mais pobres. Ainda assim, não há como ignorar a inabilidade política do governo ao submeter as famílias que consomem menos a correções mais fortes. Trata-se de uma contradição flagrante com os princípios social-democráticos que o governo afirma defender. Texto Anterior: Em nome do ódio Próximo Texto: Pobres bancos ricos Índice |
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