São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 1995
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Tucanos atacam Jatene, Dorothea e Vieira

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os deputados federais do PSDB, em reunião ontem na Câmara, criticaram duramente três ministros -José Eduardo de Andrade Vieira (Agricultura), Dorothea Werneck (Indústria e Comércio) e Adib Jatene (Saúde).
Segundo os tucanos, os ministros estão há 11 meses no governo e não conseguiram elaborar uma política para seus setores.
"A marca de um governo são suas ações administrativas, e estas áreas não estão apresentando resultados", disse o líder José Aníbal (SP) após a reunião.
As críticas começaram quando os deputados discutiam a emenda do CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), aprovada no Senado e que começa agora a tramitar na Câmara.
Os recursos da contribuição serão destinados à saúde. Segundo Aníbal, "a falta de uma política de saúde gera uma grande insegurança nas votações de recursos suplementares para o setor".
"Houve um consenso de que é necessário ter uma proposta para a área, que não precisa ser muito imaginosa", afirmou o líder. "Por exemplo, a efetiva implantação do SUS (Sistema Único de Saúde)."
O líder tucano, que se tornou porta-voz da insatisfação dos deputados, também soltou farpas na direção de Dorothea. "O país tem uma estrutura industrial complexa, que está sendo submetida a uma concorrência externa", disse.
"É preciso uma política industrial agressiva, que, até agora, não foi efetivada", disse. Dorothea é filiada ao PSDB e foi indicada para a pasta pelo governador tucano de Minas, Eduardo Azeredo.
Com relação a Andrade Vieira, do PTB, Aníbal disse que a política agrícola "ficou muito concentrada na renegociação das dívidas dos agricultores". Para ele, "é preciso uma maior agressividade".
Aníbal não quis dizer se as suas críticas são compartilhadas por FHC. "Posso dizer que o governo está atento a isso", afirmou.
A Folha tentou entrar em contato com os assessores dos ministros após as declarações de Aníbal, que foram dadas por volta das 20h, mas ninguém atendeu os telefones das assessorias.

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