São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 1995
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'Rabin fez a paz contra vontade'

DO ENVIADO ESPECIAL

Norman Jacobovitz, 44, morador de Kiryat Arba, e ativo participante de movimentos de moradores em assentamentos de colonos judeus. Em entrevista à Folha, ele contou por que é contrário a devolução dos territórios ocupados.

Folha - Por que os moradores de Kiryat Arba são contra o processo de paz?
Norman Jacobovitz - Se os territórios ocupados forem devolvidos, 70% da população de Israel ficarão sob o alcance de foguetes disparados de terras ocupadas por palestinos. Nenhum país arriscaria seu futuro dessa maneira.
Folha - Que alternativa existe ao processo de paz em curso?
Jacobovitz - Os territórios ocupados devem ficar sob controle israelense. Os árabes terão total controle sobre suas vidas. Ninguém os molestaria, desde que eles não nos molestem. Mas não podemos permitir que tenham armas e policiais. Eles não podem ter um Estado autônomo no coração de Israel. Seria suicídio.
Folha - Mas na Jordânia eles não detêm o poder?
Jacobovitz - Se são 70% da população, e o país é uma democracia, como afirma o rei Hussein, eles têm o poder. Os árabes, da mesma maneira, estão espalhados por 22 Estados, do Marrocos ao Irã. Nós só temos esse pequeno Estado e não podemos ameaçá-los.
Folha - Que modificações podem ocorrer no processo de paz com a morte de Rabin e a possível condução de Shimon Peres ao governo?
Jacobovitz - Com Peres, será pior. Ele representa a extrema esquerda da política israelense. Rabin foi empurrado nessa direção contra a sua vontade. Quando se tornou premiê, disse que seria o líder do processo, mas acabou cedendo a política de Peres.

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