São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 1995
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Especialista faz ataque a radicais

DO ENVIADO ESPECIAL

O professor da Faculdade Hebraica de Jerusalém, Ehud Sprinzak, 55, do Departamento de Ciência Política, é especialista em grupos extremistas judeus. Em entrevista à Folha, afirma que o combate ao extremismo está nas mãos da sociedade israelense.

Folha - Os grupos extremistas judeus representam uma ameaça crescente ao Estado de Israel?
Ehud Sprinzak - Não, é o oposto. O assassinato de Rabin não é um sinal de força, mas de fraqueza. É porque eles estão tão marginalizados pela paz e têm a sensação de que estão perdendo tudo, que alguns decidiram assassinar o primeiro-ministro.
Folha - O governo está preparado para enfrentar radicais?
Sprinzak - Não é apenas o governo que precisa confrontá-los. Mas também a direita israelense, a oposição. Eles têm de ser isolados, precisam ser expulsos dos assentamentos. Precisam ser marginalizados. Por exemplo, o monumento a Baruch Goldstein, em Kiryat Arba, é algo que não pode ser tolerado. É a cultura da violência.
Folha - Os moradores afirmam ser contra a violência.
Sprinzak - Em Kiryat Arba, há cerca de 6.000 residentes. Se só 500 forem violentos, já é o suficiente. Os que são contra o governo, mas não apóiam a violência, precisam tomar atitudes.
Folha - O sr. acha que os violentos são protegidos pelos demais moradores?
Sprinzak - Eles os suportam, ainda que não concordem eles.
Folha - Em Kiryat Arba, diz-se que devolver terras ocupadas em 67 colocaria 70% de Israel sob as armas dos palestinos. Esse risco existe?
Sprinzak - Isso é absurdo. Israel é tão mais forte militarmente, que os palestinos não fariam isso.

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