São Paulo, sábado, 11 de novembro de 1995 |
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Dissidentes ameaçam fundo no 2º turno
LUCIO VAZ
Agora, o Planalto tem prazo de dez dias para reverter esses votos e impedir um rombo de R$ 1,6 bilhão no fundo. A Câmara vota o segundo turno do fundo no dia 22. A avaliação do Planalto foi feita a partir do mapa de votação de uma emenda do deputado Firmo de Castro (PSDB-CE). Essa emenda evitaria o repasse de uma parcela do Imposto de Renda de Estados e municípios para a União. DVS A emenda teria o mesmo efeito que o DVS (Destaque para Votação em Separado) apresentado e depois retirado pelo líder do PL, Valdemar Costa Neto (SP), na votação de quarta-feira. A diferença é que, no caso da emenda, a oposição e os dissidentes precisavam somar 308 votos. Conseguiram só 187. No caso do DVS, caberia ao governo buscar os 308 votos para evitar a alteração do projeto que cria o FEF. O Planalto avalia que a oposição vai apresentar, no segundo turno, um DVS igual ao apresentado por Costa Neto. O governo teria de conseguir 308 votos para manter o fundo intacto. Saída Os assessores do Planalto procuraram uma saída regimental para evitar a reapresentação do DVS. Descobriram que não há como evitar isso. O governo decidiu partir para um trabalho político de convencimento da sua base parlamentar. A análise da votação da emenda de Firmo de Castro mostra que há dissidências organizadas no Maranhão, Minas e Ceará. A coesão das bancadas mostra que pode ter ocorrido uma articulação dos deputados com os governadores dos seus Estados, Tasso jereissati (CE), Eduardo Azeredo (MG) e Roseana Sarney (MA). Na bancada do Ceará, 10 governistas, incluindo 6 do PSDB, votaram pela alteração do fundo. Em Minas, houve 15 deputados dissidentes. A bancada mais coesa foi a do Maranhão. De 11 aliados, 10 votaram contra o governo. PMDB à frente Numa análise por bancada, o Planalto observou que a maior dissidência ocorreu no PMDB: 33 deputados votaram contra o governo e 51 a favor. No PFL, 23 votaram contra e 57 a favor. O PPB teve 19 dissidentes, e o PSDB, 13. Costa Neto afirmou ontem que o número de dissidentes, hoje, "não está abaixo de 80". Mas acredita que até o dia 22 o governo consiga reverter esse quadro. Texto Anterior: Stephanes nega substituição Próximo Texto: Itamar Franco faz conferência nos EUA Índice |
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