São Paulo, sábado, 11 de novembro de 1995
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Previdência gasta com pessoal 54,02% a mais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os gastos da Previdência Social com o salário de seus funcionários cresceram mais do que o pagamento de aposentadorias e pensões entre janeiro e outubro deste ano. Também foram superiores ao recolhimento de contribuições previdenciárias.
Segundo números divulgados ontem pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, os gastos com pessoal tiveram acréscimo de 54,02% de janeiro a outubro deste ano, enquanto o pagamento de benefícios consumiu 28,74% a mais. No mesmo período, as contribuições cresceram 29,12%.
"Os gastos com os funcionários do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) crescem tanto quanto toda a folha de pagamento da União", disse o secretário-executivo do ministério, José Cechin.
Cechin prevê que neste ano a Previdência Social vai empatar o valor pago em benefícios com o total arrecadado. Para 1996, a previsão é de déficit (resultado negativo) entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões -caso não haja acréscimo de arrecadação.
O ministério prevê que R$ 33,19 bilhões vão ingressar em seu caixa até o final de 1995, enquanto o pagamento de aposentadorias e pensões deve chegar a R$ 33,19 bilhões.
Se os números se confirmarem, a Previdência terá comprometido 99,92% de sua arrecadação com o pagamento de benefícios.
Ficam de fora dessa conta, ainda, os pagamentos a funcionários do INSS e os gastos de custeio da máquina -que, até agora, já consumiram R$ 2,84 bilhões. Estas despesas, hoje, são pagas pelo Orçamento da União.
Para 1996, o ministério ainda não tem previsão. Se a arrecadação continuar como está, o déficit ficará entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhão. Mas, segundo Cechin, no próximo ano a entrada de dinheiro poderá crescer pelo menos R$ 1,1 bilhão.

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