São Paulo, sábado, 11 de novembro de 1995
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Dorothea e Toyota 'brigam' por alíquotas

DA REPORTAGEM LOCAL

Em bate-boca com o presidente da Toyota do Brasil, a ministra Dorothea Werneck (Indústria, Comércio e Turismo) defendeu a decisão do governo de restringir as importações de carros no país.
Tokuji Nagaoka criticou a elevação do II (Imposto de Importações) de veículos, usando essa medida como um exemplo das frequentes mudanças de rumo na política econômica brasileira.
A discussão ocorreu durante o Seminário de Intercâmbio Econômico Brasil-Japão, parte das comemorações do centenário do Tratado de Amizade entre Brasil e Japão, ontem, no auditório do hotel Maksoud Plaza, em São Paulo.
O presidente da Toyota disse a ministra que o país precisa definir logo uma política industrial estável se quiser atrair investimentos diretos (dinheiro que segue para a produção) a longo prazo no país.
Dorothea retrucou dizendo que a política econômica vai mudar sempre que for preciso porque o governo "não quer jogar por água abaixo" a estabilização.
Essa não é a primeira vez que Dorothea e Nagaoka divergem sobre a política de restrição às importações de veículos.
Em fevereiro deste ano, ao chegar ao Brasil, Nagaoka, em visita a ministra em Brasília, ouviu de Dorothea pedidos para investimentos no país e a garantia de que o II para veículos seria de 20%.
No dia seguinte, as alíquotas foram elevadas para 32% e pouco depois, em junho, para o atual nível de 70%.
Em sua resposta a Nagaoka, ontem, Dorothea disse que a decisão de aumentar o II de veículos tem como objetivo proteger as montadoras existentes no país e as que anunciaram interesse em fabricar carros no Brasil.
"Essas empresas já tomaram decisões e fizeram anúncios formais de que vão investir US$ 10,5 bilhões no país nos próximos cinco anos", disse.

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