São Paulo, sábado, 11 de novembro de 1995
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Religiosas francesas são mortas na Argélia

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

Uma freira francesa foi assassinada e outra ficou gravemente ferida ontem na periferia de Argel, capital da Argélia. O governo francês atribui o atentado informalmente ao Grupo Armado Islâmico (GIA).
As religiosas Odette Prevost, 63, que morreu no atentado, e Chantal Galicher, 53, foram atingidas por dois pistoleiros na porta de casa. Prevost, da ordem das Irmãzinhas do Sagrado Coração, é a sétima religiosa morta em atentados na Argélia.
Ontem o governo francês pediu a todos os franceses que deixem a Argélia o quanto antes.
O GIA quer derrubar o governo militar argelino e se opõe à eleição presidencial na Argélia, marcada para o próximo dia 16.
Para o grupo, a França apóia o governo do presidente e candidato à reeleição, Liamine Zéroual. Os argelinos no exterior votam hoje, domingo e quinta-feira.
Segundo pesquisa publicada pelo jornal parisiense “InfoMatin”, 61% dos argelinos que moram na França devem votar. A polícia francesa armou um esquema de segurança especial com 400 policiais para evitar atentados.
O GIA também é acusado pelo governo francês por oito atentados a bomba na França.
Além dos fundamentalistas islâmicos do GIA, os maiores partidos argelinos são contrários à eleição -os cinco partidos vencedores do pleito de 1992 dizem que vão boicotar a votação.
Em 1992, um golpe de Estado cancelou as eleições parlamentares em curso, que vinham sendo dominadas pelos partidos islâmicos, que foram declarados ilegais.
Os líderes fundamentalistas foram presos. Na mesma época, começou a agir o GIA. Desde então, o país está em guerra civil, que já matou entre 40 mil e 50 mil pessoas.

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