São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995
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Complô matou Rabin, disse polícia de Israel

Seis pessoas foram presas por envolvimento no crime

DA REDAÇÃO

"Meu dever era matar Rabin. Era um dever sagrado." Assim o judeu Yigal Amir confessou à Justiça de Israel que matou o primeiro-ministro Yitzhak Rabin, um dos principais articuladores do processo de paz no Oriente Médio.
Foram dois tiros -um atingiu o baço e outro se alojou no pulmão- de uma pistola Beretta 9 mm, com balas modificadas para aumentar seu poder de destruição.
Um pedaço de papel que estava no bolso de Rabin ficou chamuscado. Era a letra da "Canção pela Paz", entoada durante manifestação no sábado, momento antes do assassinato.
Ali, Rabin fez seu último discurso. "Fui militar durante 27 anos. Fazia guerra enquanto não havia chance para a paz. Agora existe uma grande chance para a paz e devemos tirar proveito dele," afirmou. Foi quase profético: "A violência corrói as bases da democracia israelense. Ela deve ser condenada, sabiamente expugnada e isolada."
Shimon Peres assumiu interinamente no lugar de Rabin.
Chefes de Estado e representantes de governo de todo o mundo foram ao enterro. A neta de Rabin, Noa Philosf, 18, discursou: "Não há em mim desejo de vingança, porque a dor não deixa espaço."
Seis pessoas foram presas, acusadas de participar de uma conspiração para matar Rabin.
Grupos radicais comemoraram o assassinato. "Lamentamos que Rabin tenha sido morto por um judeu, porque ele deveria ter sido morto por um palestino", afirmou Ahmed Jibril, líder da Frente Popular para Libertação da Palestina.
Iasser Arafat, líder da Organização para a Libertação da Palestina, voltou quinta à israel pela primeira vez desde 67 para apresentar seus pêsames à viúva.

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