São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995 |
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Brasil não cuida dos documentos
MARILENE FELINTO
Em condições semelhantes encontra-se ainda hoje muito da documentação portuguesa e holandesa referentes ao Brasil colonial. Conforme a Folha apurou em arquivos e bibliotecas do Nordeste, a situação dessas instituições é de completo abandono. O Arquivo Público Estadual de Alagoas, que guarda em seu acervo manuscritos portugueses do século 16 e 17, é exemplo típico. O prédio, de 1844, "está a ponto de desabar", segundo informa Moacir Santana, diretor. Ele conta que há vários governos o arquivo vem passando por uma reforma sempre interrompida por corte de verbas. "Está tudo amontoado aqui, nem as duas baterias de ar-condicionado do aparelho de microfilmagem, quebradas faz tempo, conseguimos trocar", diz. Santana acha irônico que o governo brasileiro participe do programa conjunto de microfilmagem de documentos que se encontram em arquivos portugueses. "Microfilmar para guardar onde?", pergunta. No Arquivo Público Estadual de Pernambuco, a situação não é diferente. Ali, a Folha só teve acesso a documentos portugueses do século 17 -guardados em caixas amarradas por cordão e sem catalogação-, graças à boa vontade do funcionário que se dispôs localizá-los com antecedência. Em Recife, os melhores arquivos para pesquisa documental sobre temas relacionados ao Brasil colônia são os do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, da Biblioteca da Universidade Federal de Pernambuco e da Biblioteca da Fundação Joaquim Nabuco. (MF) Texto Anterior: Líder Zumbi pecou pelo radicalismo Próximo Texto: CRONOLOGIA DO QUILOMBO DE PALMARES Índice |
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